Abri o coração em direção ao sol
nascente, esperei por algo metafísico. Sobrevieste do clarão azul e amarelo que
pintava o verde do ponto onde fixava o meu olhar.
Perpétua luz que se acercava de
mim com o brilho incessante no sorriso.
Por momentos esqueci todo o
resto, toda a vida que suspendi, esquecida na urbe que deixei, para recompor os
pensamentos monocromáticos que percorriam o íntimo do meu cérebro consumido.
É na diferença que se encontra a
plenitude, e tu, tu sim eras algo que se distanciava de uma forma bastante bem
conseguida do tomado por normal.
O desejo de tocar aquele ser,
magnífico, semi-perfeito, era quase tão grande quanto a racionalidade de não o
fazer.
Mas o proibido é chamativo, o
distinto é que deixa a marca.
Abracei a melhor oportunidade e
cheguei mais perto.
Era linda, única e tal como gosto
e me atrai, era diferente.
Já encontrei então um alento para
seguir na estrada larga da vida, e farei tudo, tudo para ser merecedor de tal
personagem.
Como Pedro serei justo, serei
forte, firme, lutador. Irei contra ventos e marés, contra invejas e carícias de
dupla face para ter a minha Inês.
Vou pelo que me dá ventura.
E enquanto o teu peito chama o
meu nome às escondidas, eu quanto mais te vejo mais te quero.