quinta-feira, 31 de maio de 2012

Como Pedro e Inês


Abri o coração em direção ao sol nascente, esperei por algo metafísico. Sobrevieste do clarão azul e amarelo que pintava o verde do ponto onde fixava o meu olhar.
Perpétua luz que se acercava de mim com o brilho incessante no sorriso.
Por momentos esqueci todo o resto, toda a vida que suspendi, esquecida na urbe que deixei, para recompor os pensamentos monocromáticos que percorriam o íntimo do meu cérebro consumido.
É na diferença que se encontra a plenitude, e tu, tu sim eras algo que se distanciava de uma forma bastante bem conseguida do tomado por normal.
O desejo de tocar aquele ser, magnífico, semi-perfeito, era quase tão grande quanto a racionalidade de não o fazer.
Mas o proibido é chamativo, o distinto é que deixa a marca.
Abracei a melhor oportunidade e cheguei mais perto.
Era linda, única e tal como gosto e me atrai, era diferente.
Já encontrei então um alento para seguir na estrada larga da vida, e farei tudo, tudo para ser merecedor de tal personagem.
Como Pedro serei justo, serei forte, firme, lutador. Irei contra ventos e marés, contra invejas e carícias de dupla face para ter a minha Inês.
Vou pelo que me dá ventura.
E enquanto o teu peito chama o meu nome às escondidas, eu quanto mais te vejo mais te quero. 

terça-feira, 8 de maio de 2012

O ser


Emerge dos escombros
A luz apagada que revitaliza a morte.
Terráqueo para compartir o seu mundo.

O estranho que te espanca 
E cadastra-se num fio do tempo,
Apagando o histórico
Para poder sair impune.

Tem a força de quem ama,
E mente como quem quer.
Despercebidamente atraiçoa
E sacia o seu estado sedento de abnegação.

Demanda perspicácia, audácia,
Conhecimento e frieza.
Suplica determinação
E as morais resultantes dos silêncios.

Como o canto da sereia,
Espalha o caos com um beijo.
É um algo hiperbólico,
É um torcer da voz agitando a coesão da mente.

Mobiliza todo um espaço citadino.
Ilude.
E emerge de novo na nova etapa do calendário.




Dedicado a Carlos Teixeira ;)