quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Contrariedade


Deixo-me levar pelo doce amargo das palavras,
Para sempre no momento em que o sol brilhou num auge.
Já te perdi, já te encontrei…
Dissipei a razão e com a noite fiz descer sobre nós o negro do derradeiro sorriso.
Só queria dar-te o que tu me dás.
Se o tempo parar, se o meu respirar se suspender,
Quero que saibas que, nem que fosse por um segundo,
Senti a plenitude de um abraço.
Só tu e eu.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

HORA DE PONTA


Nada de novo.
Mais do mesmo.
Ser alvo de crítica psicológica.
Ver-te como liberdade clandestina.
Sentir adrenalina.
Saber o que quero.
Sentir que queres.
Deixa!
Faz acontecer.
Eu deixo que aconteça!
Emerge.
Ser o fruto proibido.
Ser a bruxa má da fábula.
Constantemente tremendo de prazer.
FAZ ACONTECER!
Estuda-me, testa-me, põe-me a prova, lê-me.
Quero-te sentir bem perto, dentro de mim.
Beija-me.
Faz-me acreditar que somos uma só.
Faz-me esquecer que sou “a outra”.
E num gemido esqueci.
Sou tua, tu és minha.
Ver os vidros embaciados, respiração acelerada, tocar o teu corpo.
Quente.
Beija-me de novo.
Põe-te em mim, deixa acontecer.
Esquece o resto, firme.
Fixa-te no meu olhar.
Olha-me por dentro.
Transparentes.
Quentes.
Tornar o tempo relativo e transcender-mo-nos no espaço.
Pujança.
Consciência.
Perdi o controlo.
Fora da cultura, da sociedade… Mas completa.
Ser um eu diferente.
Sinto-me tão bem.
Hora de ponta esquecida.
Vivida.
Aproveitada.
Não resta nada.
Tomaste-me. 

domingo, 14 de outubro de 2012

Impulso em dizer-te algo..


Talvez o tempo esteja a converter-se em algo louco,
Talvez se não fechar os olhos não te veja…


Será que vou sempre olhar para trás?                  

Sinceramente já há algum tempo que me sinto numa espécie de universo paralelo..
Talvez por efeito placebo..
Talvez para conseguir o que quero e não o que tenho…
Sempre..
Sempre na apática contradição do concreto…

Ninguém?!?
Eii!!! Ninguém me diz onde é a meta? 
Acho que já ando a correr às voltas.. sinto que já passei por isto…


Adiamos sempre tudo, já reparas-te?

Sento-me outra vez,
Escuto o silêncio…
Mas ele é pior do que eu e leva-me de novo às tuas fotos..

Vejo que pairam mais questões que conclusões,
Chego a uma única,
A que me parece mais sensata..
É IMPOSSÍVEL VIRAR UMA PÁGINA QUANDO SABEMOS QUE ALGO FICOU POR ESCREVER!

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Mas difícil é…


Difícil é optar
Entre ser feliz e tentar ser feliz.
Dar o braço a torcer à vontade,
Escolher sem liberdade.

Difícil é o afogo
De te ter e não ter 
Saltando níveis em busca de bónus
E ver que já nem eles são fiáveis.

Difícil é saber,
Saber o que quero e não poder escolher,
Sufocando todo o ar respirável
Que por gentileza, subtil, ainda passa.

Difícil é mentir
E mentir à nossa individualidade
É a pior traição de todas.

Mas difícil é querer…
Querer beber dos teus lábios
E não ver alternativa de voltar ao início.

domingo, 24 de junho de 2012

 Já respiro


Não quero ver o passado
Como presente impossível.
Faz bem respirar,
Olhar e evocar razões antes não tão explícitas.

Ver-te como lutadora faz-me bem…
E saber que lutas comigo
Faz com que este presente
Seja o presente que à muito esperava.

Nem tudo é pérfido,
Chega de negatividade.
Sim, foste e és o meu ponto fraco
Mas já não me julgo fraca
Para me deixar lesar pelo que me faz bem.
Sim, sei que com novos erros
Aprendem-se novas coisas
Mas por vezes deixar de errar
Não significa que não se continue a aprender.

Bem, o ponto esta desenhado…
Mas não na vida ou na vontade de seguir vivendo,
Apenas naquela fase da existência.

Aprendi e remunero todas as lágrimas.
Já respiro e não suspiro ao abraçar-te,
A fase negra resume-se a história…
E este presente
Está a deixar prosperar a mulher que me tenho vindo a tornar.



quinta-feira, 31 de maio de 2012

Como Pedro e Inês


Abri o coração em direção ao sol nascente, esperei por algo metafísico. Sobrevieste do clarão azul e amarelo que pintava o verde do ponto onde fixava o meu olhar.
Perpétua luz que se acercava de mim com o brilho incessante no sorriso.
Por momentos esqueci todo o resto, toda a vida que suspendi, esquecida na urbe que deixei, para recompor os pensamentos monocromáticos que percorriam o íntimo do meu cérebro consumido.
É na diferença que se encontra a plenitude, e tu, tu sim eras algo que se distanciava de uma forma bastante bem conseguida do tomado por normal.
O desejo de tocar aquele ser, magnífico, semi-perfeito, era quase tão grande quanto a racionalidade de não o fazer.
Mas o proibido é chamativo, o distinto é que deixa a marca.
Abracei a melhor oportunidade e cheguei mais perto.
Era linda, única e tal como gosto e me atrai, era diferente.
Já encontrei então um alento para seguir na estrada larga da vida, e farei tudo, tudo para ser merecedor de tal personagem.
Como Pedro serei justo, serei forte, firme, lutador. Irei contra ventos e marés, contra invejas e carícias de dupla face para ter a minha Inês.
Vou pelo que me dá ventura.
E enquanto o teu peito chama o meu nome às escondidas, eu quanto mais te vejo mais te quero. 

terça-feira, 8 de maio de 2012

O ser


Emerge dos escombros
A luz apagada que revitaliza a morte.
Terráqueo para compartir o seu mundo.

O estranho que te espanca 
E cadastra-se num fio do tempo,
Apagando o histórico
Para poder sair impune.

Tem a força de quem ama,
E mente como quem quer.
Despercebidamente atraiçoa
E sacia o seu estado sedento de abnegação.

Demanda perspicácia, audácia,
Conhecimento e frieza.
Suplica determinação
E as morais resultantes dos silêncios.

Como o canto da sereia,
Espalha o caos com um beijo.
É um algo hiperbólico,
É um torcer da voz agitando a coesão da mente.

Mobiliza todo um espaço citadino.
Ilude.
E emerge de novo na nova etapa do calendário.




Dedicado a Carlos Teixeira ;)

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Olhar


Afinal és igual a toda a gente…
O teu sorriso é igual,
O teu olhar tem a mesma intensidade dos outros
A tua voz afinal também se cala,
Também tens defeitos,
Também erras,
Também choras quando te sentes fraca,
Também te sentes fraca!
És igual…
Igual nessa diferença já eclipsada.
Uma máscara outrora criada,
Que se desmoronou no silencio de um adeus.
Afinal és igual a toda a gente…
E o teu caminhar passa despercebido
Entre tantos outros que também deixam marca.
O teu toque também faz com que eu olhe para trás
A tua pele tem a mesma intensidade da minha
E as tuas birras são como tantas… comuns…
Afinal és igual a toda a gente…
Também te custa levantar da cama,
Também ouves musicas vulgares,
Também és fria quando tens de o ser,
Também dás o braço a torcer.
Afinal és igual,
Igual a tantas vidas.
Afinal a única diferença estava em mim
E naquela imagem que eu quis criar.
Afinal és igual a toda a gente,
E a diferença está na maneira de olhar.


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Março


Março,
Rapariga, substantivo feminino,
Mudança, ousadia, versos,
Gestos, palavras, momentos.

Março,
Rapaz, substantivo masculino,
Risos, passeios,
Música, olhares, sensações.

Alguém inconstante,
Duas faces da mesma moeda,
Um beber dos lábios do tempo,
Desse mesmo que passa
E me leva, sem consentimento.
Que me apanha um tanto desprevenida,
Que me faz disparar num buquê de palavras idiotas,
Que me deixa atarantada.
Meras melodias,
Um novo olhar sobre as coisas.

A face oposta desta vez!
Palavras que do nada começam a fazer sentido.
Desse nada nasce tudo…
Vai um algo de mim,
Deixam um algo de nós,
Formo outro algo diferente.

Mudo para a outra face!
Um transcender de personalidades,
Um inferno em leve 2 pague 1,
A presença ausente de quem não quer ficar,
A estranheza,
O Nada… 
 
Mas entretanto, do nada nasce tudo!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Um tanto de nós


Seja lá como for,
Mantém-te firme.
Não percas o que te individualiza.
Falha, 
Mas emerge por ti só.
Sê capaz de não fazer de conta
E conta o vivenciado…
Sorri a cada acordar,
Deseja o impossível
E esforça-te para o conseguir.
Dentro de ti há algo único,
Há garra, há ousadia…
Atreve-te a ser cada vez mais,
Atreve-te a escalar as horas que te travam,
Mobiliza as entraves,
E com essa tua classe fleumática, derruba quem está a mais.
Olha sempre por cima,
E seja como for…
Orgulha-te sempre dessa tua genuína altivez.


Dedicado a Andreia Ribeiro ;3

terça-feira, 20 de março de 2012

Desabafo




Preciso de alguém que me faça esquecer que existo,
Que me faça esquecer do que não me esqueço,
Que me faça esquecer de quem sou e do que penso.

Preciso de alguém diferente de ti,
Alguém menos altivo, menos arrogante,
Menos derrotista e menos comodista
Quero querer esquecer-te,
Mas o meu querer não quer sequer pensar nisso.

Sinto me presa no pedestal que criei para ti.
Sinto sufoco na minha voz já gasta,
Sinto, não sei porque, algo novamente a correr pela cara,
Sinto que se calhar já nem sinto,
Sinto que somos o diferentes e tão iguais.
Sinto te distante e a querer estar perto.

Quero plagiar o que sentíamos
Quero destruir o nosso orgulho
Quero mostrar te que se calhar estas errada
Quero que sintas, só por um momento, o já sinto á muito
Quero ouvir te dizer o que já disseste
Ou então, não digas nada,
Então sai de vez,
Sai de vez do pensamento que não esqueço,
Deixa me respirar,
Deixa me não sentir remorsos ,
Deixa me!
Simplesmente deixa me!

Quero voltar a ser igual a mim mesma,
Quero seguir,
Mas o meu querer, não quer sequer pensar nisso.

sábado, 3 de março de 2012

Simples Cidade

Pé ante pé,
No asfalto já gasto,
Peço só mais um momento
Para continuar a subir a rua.
Aquela onde já me perdi e encontrei,
Onde já ri e chorei,
Onde regredi e voltei ao real.
Paradigma da vida… aquela rua.
Aquela cidade que
Para além de simples,
Torna-se complexa com as vidas que a cruzam.

Simples cidade,
Simples olhares, simplicidade.
Assaltos à queima-roupa,
Como o que eu própria fui alvo.
Roubam nos o interno,
O íntimo…
Sem querer, deixamo-nos ser roubados,
E até gostamos!


Mas a devolução tarda,
Se é que terá volta.
Ai, as ruas desta cidade…
Mas morrerei nelas, e por elas.
Sempre em nome da rua
Sempre fiel,
À simples cidade, à simplicidade.


dedicado a Ana Oliveira *-*

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Real


E é nisto onde me insiro…
Seja bem-vinda a hipocrisia
Sem meios que não justifiquem os fins
Consumismo,
Individualismo.
Uma sociedade rotulada de perfeita
Com tanta imperfeição mascarada
Com sorrisos amarelos.
Dignidades viciadas,
Personalidades indeterminadas
Uma espécie humana
Em espécie de pessoas.
E entretanto
Enquanto uns vivem a rir
Outros sorriem para sobreviver.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

eu bem que tento...



Marcas do passado que marcaram e ainda marcam... neste presente no qual não tenho a certeza da minha presença. Alegadamente sentes o que não fazes sentir. És a confusão em pessoa, a indefinição bem definida.
Custa-me perceber palavras que saem para dentro, e suspiros que tanto podem ser de cansaço como de alivio.
Tento pensar com a tua cabeça... chego a conclusões atrofiantes. Como é possível encontrar tanta saturação numa só vida?
Se calhar até te percebo... mas não percebes que com tudo isto só te enganas a ti?
Mas ser forte e erguer a cabeça, são focos para onde agora direciono a minha atenção.
Quero ser fiel a mim mesma.
Contigo?...
Não sei!...
Mas a certeza é que "felicidade" e "abstração" serão palavras a constar, daqui para a frente, no topo do meu dicionário.
-.-

domingo, 12 de fevereiro de 2012


Escrevo
Entre letras, palavras e pontuações
Formo versos.
Esmiúço o mundo,
Apaziguo a minha alma
Recrio sentimentos,
Inovo sensações,
Transfiguro a realidade
Tornando-a quase perfeita.
Escrevo!
Escrevo porque me faz bem,
Porque me liberta,
Porque me faz emergir
Ao cume do meu viver.
Palavras, gestos…
Turbilhões de horas.
(resumidas em páginas)
Faço regredir ao nada
Os “nada” de outrora.
Aproveito tudo.
E escrevo!




quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Um dia destes...

Um dia destes
Conto te a historia
Dos momentos exaustivos,
Dos momentos de glória.
Um dia destes…
Quando e se eu ganhar juízo!
Quando olhar em frente
Sem medo do passado
Quando conseguir improvisar
A minha própria história,
A verdadeira!
Um dia destes…
Saberás tudo
Todas as lágrimas,
Derramadas por passos errados.
Um dia destes…
Se o destino me ajudar.
Deixarás o teu desespero ignorante.
Ajudar-me-ás!
Um dia destes…
Quando o meu eu me deixar
Quando conseguir afastar
Os fantasmas do passado.
Quando conseguir viver
Sem fingir que vivo!
Um dia destes…

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Não sei


 Momentos de alivio

Elevados ao expoente da loucura,

A pura definição de contradição.

Horas mortas

Renascidas em virtudes avassaladoras.

Silêncios sábios

E mais que sabidos,

Com veracidade duvidosa.

As paredes em que bati com a cabeça

Deram-me elevada vontade de ser mais.

Infantilidades superadas,

Ou antiteticamente falando…

Ainda não.

Amanhã não sei…

O que conseguirei,

O que farei…

Sobressalto-me de incógnitas

Nesta perfeita ironia onde me insiro

Tento ser fiel a mim mesma

E viver enquanto apenas respiro.