terça-feira, 23 de abril de 2013

Re(ver)

Não sei se tens percebido,
Mas ultimamente o meu olhar tem falado muito com o teu.
Trocam silêncios que gritam,
E ninguém à volta pode ouvir.
Dou por mim a deixar escorrer a saudade pela cara,
E a desejar aquele abraço, que já foi banal.
Deixo cair o corpo na cama,
Pesado e cansado.
Levo as mãos ao cabelo, e sinto as tuas.
Palavras que nunca direi à tua frente surgem,
Vindas de uma coisa chamada “consciência”…
Não sei é se é tão consciente assim!
Passo tudo para o papel.
(Se bem te lembras é a forma com que consigo exprimir
Aquilo que não sei falar com as palavras na voz.)
“Sei lá”…
Quantas vezes isso define o que eu sinto…
Bem…
Agora quero sentir o dia, respirar fundo, só um bocadinho.
Mas tudo era tão mais intenso antes.
Olha para mim… Mas olha por dentro…
Percebes agora?

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Lei do estar


Não estou aqui,
Agora não sou eu.
Sou parte do tempo.
Envolvo-me piamente com as gotas da chuva
Que persiste.
Sou o embalo em que estou.
Aquele sentimento de mente a pairar
Sem saber o que falar.
As nuvens vão, vão.
Fico sentada.
Mas não estou aqui.
Só sinto o meu corpo.
O pensamento, não sei dele.
Fumo que sai, vai, passa.
Perdi-o.
E no céu, a chuva deixa de cair.
Reabro os olhos.
Um carro para.
Volto ao meu lugar.
E será que já aqui estou?