segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Erradamente


Mutam-me pensamentos do mais âmago do meu ser.
Que de tão mutantes serem, fedem!
Sombras em ambientes caóticos.
Face negra da alma.
Cai-me no chão o corpo.
Cala-se-me a razão, desligam-se as forças.
Ver-te partir imobiliza-me, mas não te ver voltar sufoca-me!
Horas correm, dias passam.
E o que não nos mata, vai-nos fazendo morrer.
Bolha de oxigénio que rebenta.
Sei que fiz tudo
E desse tudo, nada saiu errado…
Apesar de ter sido o erro a juntar-nos.

Orgulhosamente errada, amo-te.
E é do alto da minha moral que o digo.
(obsessão já? Ou uma persistência que me faz repensar)
Rasuro folhas em branco,
Olho pela janela…
O dia está como eu.

sábado, 5 de outubro de 2013

"Maybe one day"


Ainda te sinto dentro de mim como na primeira vez,
Ainda ouço a tua voz segredar o meu nome,
Ainda respiro o odor do nosso perfume,
Ainda te quero!

Quero-te porque sim, 
Quero-te porque não...
Quero-te porque ainda fico tremula ao ver-te.

Foi tudo tão bom, nem parecia ser verdade,
Eras um dos meus pecados mais estranhos...
Tudo tão presente, e tu tão distante!

Sinto o vento no rosto que me seca a lágrima 
Que caiu por ti, por nós!
Se calhar é o vento que tem razão.
Se calhar não há mesmo motivo para estar assim!
Não é ao olhar pra trás que algo muda,
Nem com um lamento que o tempo volta.
"ergue a cabeça" - e se calhar vou erguer.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Por um momento


Ser e não ser
Estar e não estar 
Sentir o vento na cara como espadas de inspiração.
Memórias de um passado presente.
Amizade que se calhar nunca houve.
Olho o céu por paixão,
Mas estou bem presa ao chão.
Quero voar, quero voltar, quero estar.
Pura indefinição.

E o som sussurra ao meu ouvido:
"Sempre estive aqui"
Mas as batidas mentem.
Sem abrigo deambulo
Sento-me na escadaria...
Sugo o fumo que me liberta, que me abre o pensamento.
Acolho-me no sub-consciente, tão consciente...
Agora nada me para,
Até já! 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Mais do mesmo


Sei,
Que se me olhares nos olhos
Essa máscara parte.
Que na realidade ainda há uma réstia de consciência em ti.
Assume que não sentes o que mostras!
Assume que acima de tudo, sabes dar valor.

Fazes as coisas... Mas não deixas que os nossos olhos se cruzem...
Sei que é porque os teus não te deixam mentir.
Estás apenas a tomar partido de quem tens agora.
Mas será assim que queres que as coisas fiquem?
Será que é assim que consegues ser feliz?
Sei que não, e não me mintas!
Conheço-te muito bem, não fosse o orgulho o chão que pisas!
E não estivesse em ti o olhar lúcido de quem não quer ver!
Se me ouvisses não andávamos a fazer buracos numa rede.
Não andávamos eternamente em palco.
Mas o braço não torce sozinho... é preciso querer querer.

domingo, 16 de junho de 2013

O que escondo.

Às vezes olho para coisas que tu fazes
E penso: como é possível eu amar-te?
É como que uma embriaguez de tempo perdido.
Sinto-me farta de dar e receber dissentimentos.
De me ver condenada a ser refém de um sequestro
Cujo raptor já se cansou de me ter lá.


Louca presa a uma fraqueza da mente.
Preciso…
Preciso de alimentar o inconsciente!
Dar asas ao eu que quer sair desta redomazinha
Que fui criando…
Sentir a música a percorrer-me as veias,
Beijar o estado de egoísmo que preciso!!
Agora vai ser diferente!
Agora, sou eu primeiro!

terça-feira, 23 de abril de 2013

Re(ver)

Não sei se tens percebido,
Mas ultimamente o meu olhar tem falado muito com o teu.
Trocam silêncios que gritam,
E ninguém à volta pode ouvir.
Dou por mim a deixar escorrer a saudade pela cara,
E a desejar aquele abraço, que já foi banal.
Deixo cair o corpo na cama,
Pesado e cansado.
Levo as mãos ao cabelo, e sinto as tuas.
Palavras que nunca direi à tua frente surgem,
Vindas de uma coisa chamada “consciência”…
Não sei é se é tão consciente assim!
Passo tudo para o papel.
(Se bem te lembras é a forma com que consigo exprimir
Aquilo que não sei falar com as palavras na voz.)
“Sei lá”…
Quantas vezes isso define o que eu sinto…
Bem…
Agora quero sentir o dia, respirar fundo, só um bocadinho.
Mas tudo era tão mais intenso antes.
Olha para mim… Mas olha por dentro…
Percebes agora?

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Lei do estar


Não estou aqui,
Agora não sou eu.
Sou parte do tempo.
Envolvo-me piamente com as gotas da chuva
Que persiste.
Sou o embalo em que estou.
Aquele sentimento de mente a pairar
Sem saber o que falar.
As nuvens vão, vão.
Fico sentada.
Mas não estou aqui.
Só sinto o meu corpo.
O pensamento, não sei dele.
Fumo que sai, vai, passa.
Perdi-o.
E no céu, a chuva deixa de cair.
Reabro os olhos.
Um carro para.
Volto ao meu lugar.
E será que já aqui estou?